quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

THE RUTS


Corria o ano de 1977, o punk começava a ser o monstro que iria transformar toda a sociedade, e numa pequena cidade Inglesa, na mente dum jovem mod, chamado Malcolm Owen uma banda começava a tomar forma, seria o inicio de uma das melhores bandas punk-reggae, THE RUTS.
Malcom telefona para o seu grande amigo e guitarrista, Paul Fox, queria formar uma banda punk, e deu poucas hipóteses a que este dissesse não. A eles juntaram-se depois Dave Ruffy , John 'Segs'  Jennings para a bateria e para o baixo respectivamente.

Desde cedo a banda mostrou o seu ódio ao racismo. Juntando-se e tornando-se extremamente activos no R.A.R (Rock Against Racism) na sua luta contra Frente Nacional (Partido Fascista).

A forma activa como os Ruts se mexiam dentro dentro do R.A.R, fez com que estes participassem em inúmeros concertos organizados pela associação, começaram a tocar fora de Londres e foram “apadrinhados” e admirados pela banda de reggae MISTY AND THE ROOTS. Foi a própria banda de reggae que convenceu a editora People United records a dar uma chance para que os punks gravassem um single. Os RUTS agarraram a oportunidade e dai surgem, do lado A, a musica “In a rut” que se tornaria com um hino para a banda, e do lado B, "H-Eyes" um música venenosa e peçonhenta contra a heroína, e ao mesmo tempo uma música profética como vamos constatar depois.



E surge mais uma vez o radialista da BBC, John Peel que se torna fã da banda, e dalhes uma hipótese de poderem actuar no seu programa. A sua música começa a ser conhecida. A Virgin procura-os, para os juntar nas suas fileiras, e em 1979 gravam o single "Babylon's Burning", que chega ao sétimo lugar o top britânico. De repente toda a gente conhecia os RUTS.



Nessa altura com o fim dos SEX PISTOLS, com a ida dos CLASH para a America, muitas perguntas e dúvidas sobre o punk começavam a surgir, mas com os RUTS obtiveram-se muitas respostas. A banda ganhava créditos cada dia que passava, além de não serem uma banda vinda de alguma escola de artes. Eram punks e com atitude. O espírito D.IY estava vivo.
Nesse mesmo ano partem em tour com os DAMNED, por toda a Inglaterra,

Sai nessa altura o segundo single com as músicas “something that i say” e com um malhão com enorme influencias reggae “Give a youth a change”.

Lançam o primeiro álbum, intitulado “The Crack”, e ainda surge o terceiro single do álbum, com a música dub-reggae “Jah War” que fala sobre os motins e a violência policial no Southfall Londrino de onde era originários os seus companheiros de armas MISTY AND THE ROOTS.  A outra música chama-se "I Ain't Sofisticated" e é como um grande manguito para as classes mais altas e priveligiadas.

Em 1980 gravam mais um single, "Staring at the Rude Boys",, rapidamente adotado pela cultura two tones que ia surgindo, e do lado B outra música de Reggae "Love In Vein".




A banda começa a acompanhar o grande LAUREL AITKEN, passa a ser a banda de suporte do artista e chega mesmo a gravar a música “Rudi Got Married” com ele.
Mas Owen começa a ter graves problemas com heroína, a banda tem de abandonar a tour já confirmada em Inglaterra e nos Estados Unidos. 
O vocalista promete largar a droga e grava o single "West One (Shine on Me)".
Mas pouco tempo depois, Owen morre de overdose na casa de banho dos pais, com apenas 26 anos.
Muitas músicas dos RUTS tinham uma temática anti droga, mas pelos vistos proféticas.
Os próprios DAMNED chegaram a gravar uma música dedicada ao amigo intitulada "The Limit Club" que fala sobre a adição á droga.
A Virgin lança uma compilação, ”Grin & Bear it”, com os singles e músicas ao vivo, apesar dos restantes membros da banda estarem fartos do negócio da música.
A banda muda o nome para RUTS D.C. e muda também a sua sonoridade.
Mas em 2007 a banda volta a juntar-se e como frontman surge o ex-vocalista dos BLACK FLAG, HENRY ROLLINS. Fazem um concerto bennefit para o guitarrista Paul Fox, que se encontra com cancro. Nesse concerto têm imensas bandas de suporte, entre as quais os DAMNED, MISTY AND THE ROOTS, UK-SUBS, etc…

O guitarrista morre nesse mesmo ano com a idade de 56 anos.
Em 2008 surge sai outra compilação chamada “Original Punks”


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fim de Semana Punk-Rock

É JA NESTE FIM DE SEMANA QUE VAI HAVER PUNK-ROCK EM FARO E PORTIMÃO
DIA 11 NO ARCADIA COM:

DIA 12 NO MARGINÁLIA BAR COM:



EVIL CONDUCT grande banda Holandesa



Os EVIL CONDUCT são uma banda de oi /punk originaria da Holanda. Começaram a tocar em 1984, e a banda de 3 elementos tinha na sua formação 2 skinheads, antifas claro. Mas isto nos anos oitenta, pouco interessava. skinheads eram skinheads, logo era difícil arranjar espaços para concertos, assim só com uma demo gravada e cerca de cinco concertos, acabaram em 1988.


Mas já nos anos noventa a demo foi reeditada em dois singles de 7”. Como era uma banda desconhecida de quase toda a gente, mas como tinham um som brutal, os EVIL CONDUCT, tornaram-se uma espécie de lenda obscura. O seu som era comparado com as grandes bandas do oi britânico, chegaram a ser apelidiados dos LAST RESORT Holandeses, que eles próprios encaram isso com um elogio. Mas eles têm um som e uma identidade própria! Um som punk básico, com os vocais poderosíssimos  e uma atitude muito “in your face”  fez deles uma grande banda da classe operária.

Passados cerca de 10 anos, após a sua dissolvência eles voltam a juntar-se. Começam a tocar por toda a Europa (excepto Portugal para variar) , com os concertos brutalíssimos que dão começam a ganhar uma reputação enorme dentro do panorama skinhead punk/oi.

Só em 2006 com a entrada de um novo baixista, que toca de uma maneira bastante rude e  que torna o som da banda bastante mais energético. Com esta nova formação gravam um novo EP de 7” chamado “Never Let You Down” .

A Má Conduta (EVIL CONDUCT) volta aos concertos e começa a escrever novas malhas para um novo álbum. Este sai para as ruas em 2007, e tem o nome de “King of Kings”. São 12 malhas originais e duas covers, uma delas de Jimmy Cliff, lendario musico de Reggae.
Desde aí não pararam de gravar, e de tocar ao vivo.
Das edições lançadas há que salientar um split com os 4-Skins, um mini CD com o veterano da cultura oi FRANKY 'BOY' FLAME  dos SUPERYOB, a tocar piano e ajudar nos vocais que fazem de um mini-cd um grande álbum.

E lançaram agora o novo álbum rule O.K.

Uma das melhores bandas OI de todos os tempos
Discografia dos EVIL CONDUCT
Vinil de 7"
«A Way Of Life» (Streetwise Records)
«A Way Of Life» (Mad Butcher Records)
«Bootboys EP» (Mad Butcher Records)
«Never Let You Down EP» (Randale Records)
«The Way We Feel EP» (Randale Records)
«Turning The Past Into The Present» (split com The 4 Skins)
«Home Sweet Home/One Of The Boys» (Randale Records) lançado em 24-10-2009•

Vinil de 12" e cd’s
«Sorry... No» (Skanky 'Lil / Knock Out Records)

«Eye For An Eye» (Knock Out Records)
«King Of Kings» (Knock Out Records)

«Sorry... No» (Knock Out Records) reedição
«The Way We Feel» (Randale Records) mini-cd
«Sorry... No» picture disc (Knock Out Records) reedição de 30-10-2009
«Eye For An Eye» pictur disc (Knock Out Records) reedição de 30-10-2009

«Rule O.K. 2010

domingo, 6 de fevereiro de 2011

POCH - PUNK ROCK GRÁFICO


O que eu adoro o trabalho deste artista francês de Rennes.
O seu nome é POCH.
Adoro a forma como ele transmite a cultura punk de uma perspectiva gráfica.
As suas pinturas, colagens, stencils… têm como referência a cena punk-rock, skinhead e a cultura mod dos anos 60.
 Ele pinta ou cola as personagens punk em tamanho real, que faz com que se tenha uma interacção, quase um diálogo com as personagens da cena punk. E nenhum sitio melhor para expor o punk do que a rua.
Obrigado POCH
Aqui ficam alguns dos seus trabalhos



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

STIFF LITTLE FINGERS


Depois de um concerto dos Clash em Belfast, no ano de 1977, Jake Burns (guitarra e vocal), resolve criar uma banda punk. Apesar de já tocar rock, fazendo umas covers de artistas da época, com os seus companheiros desde meados dos anos 70. É com o punk que eles vão conseguir expressar a vida dura de Belfast.

Incentivados por Gordon Ogilvie, um jornalista local, começam a escrever sobre o dia a dia desta cidade. Duas semanas bastaram após o incentivo, Jake e os amigos aparecem com duas músicas, duas grandes malhas! “Suspect Device” e “wasted Live”. Mais uma vez o verdadeiro espírito punk rock d.i.y., faz com que eles criem a sua própria editora, chamada Rigid Digits label, e editam um single somente com 350 cópias.
Ogilvie envia uma cópia para o DJ John Pell, que adorou e começa a passar todas as noites no seu programa da BBC. Com isto conseguem um acordo de distribuição com a editora independente Rough Trade que os espalha por toda a Inglaterra.
A honestidade da banda, as letras que misturam temas pessoais e políticos, a combinação entre a energia e a raiva do punk com riffs alucinantes, fazem com que o single com as músicas “Suspect Device” e “ Alternative Ulster” , lançado em Outubro de 78 se torne um clássico até hoje.  Em 79 lançam o primeiro o seu primeiro álbum “Inflammable Material”, que se torna o primeiro álbum editado por uma independente a chegar ao top 20 Britanico. O Album narra a raiva e a frustração da banda, com a realidade problemática da Irlanda do Norte.  É um grito de guerra para que os jovens criem a sua própria realidade!

Os SLF mudam-se para Londres, assinam com Chrysalis Records. Tocam no rock against racismo. As suas letras tornam-se mais universais, continua a ética DIY, mas viram as palavras, os riffs, e os ritmos contra a alienação, o anti-militarismo e o anti-racismo.
Mas a banda torna o seu som mais power pop com o LP “The Go For It” e a partir daí foram perdendo popularidade entre a turma punk e em 83 acabam mesmo por se separar e cada um vai para o seu lado… parecia ser o final deste magnifico projecto.
Mas cinco anos depois, numa noite de copos, resolvem juntar-se para uns concertos.
Esses concertos juntam mais de 10.000 pessoas em duas noites. Punks de todo o mundo voaram para vê-los. O concerto é gravado em vídeo e em áudio e editado com o nome “See you Up there”
Em resposta, os SLF resolvem juntar-se e compor novo material.
Lançam em 91 o LP “Flags And Emblems”, com o single “Beirut Moon” que seria censurado na Grã-Bretanha, por criticar o governo por não ter feito nada para libertar um refém detido no Libano.

A partir daí Bandas como os Rancid começam citálos como uma grande influência. E tornam-se uma referência para a nova geração de punks e skins que vão surgindo pelo mundo fora.
Continuam a tocar e a gravar com regularidade e em 2003, lançam o seu nono álbum de estúdio em que incluem um comovente tributo a Joe Strummer, que havia falecido, intitulado “Strummerville”
Em agosto de 2003, Stiff Little Fingers lançou seu nono álbum de estúdio, guitarra e bateria, que inclui um comovente tributo a Joe Strummer, intitulado "Strummerville".

Esta grande banda, e uma das minhas favoritas do género, continua no activo, e eu sonho no dia em que a poderei ver ao vivo.
Albuns dos STIFF LITTLE FINGERS




 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

EFFIGIES


Os EFFIGIES formam-se em Chicago em 1980. Juntamente com bandas com STRIKE e NAKED RAYGUN, foram a primeira geração de bandas punk da cidade. Os seus discos só eram possíveis, porque o verdadeiro espírito punk d.i.y não era um cliché. Criaram juntamente com os NAKED RAYGUN e com Steve Albini dos BIG BLACK a RUTHLESS RECORDS.
Faziam as suas tours por todos os estados da U.S.A. numa carrinha velha.
 Os seus concertos eram demoníacos. Com o seu som característico dominado pela guitarra pesada, que de um momento para o outro saltava descaradamente para melodias cativantes.
A banda separou-se em 1986.

Fizeram varias tentativas para dar vida aos EFFIGIES,  com várias formações.
Mas em 1995 os membros originais resolvem dar nova vida á banda, relançam o seu primeiro material em CD.
Lançaram um novo CD de originais em 2007.  

Albums, E.P.s and 45s
"We're Da Machine" - (Four-track E.P.) - Ruthless Records - 1983
"Fly On A Wire" - (Second L.P.) - Fever Records - 1985
"Remains Nonviewable" ( C.D.) - Touch & Go Records -1995.
"Reside" - (Fifth L.P.) - Criminal IQ Records - 2007